O Pai que me ampara, me protege e me dá suporte para confiar na vida e o Arquétipo da Baby Blue Eyes

Seu nome popular é Baby Blue Eyes – em inglês, olhos azuis de bebê – um nome que, de imediato, não só descreve tão bem a sua aparência, como já nos dá indícios das qualidades que a sua flor oferece quando preparada como floral.

Sem dúvida, suas flores parecem olhos azuis. Mais que isso, a alusão aos olhos de um bebê, evoca uma inocência no olhar para a vida, que é tão lindamente expressa nessa flor singela e pura.

Flor nativa, ela nasce espontaneamente em alguns locais próximos à costa, aparecendo em agrupamentos esparsos até a altura dos sopés das serras. Em áreas onde choveu, que foram depois aquecidas pelo sol, ela abre suas pequenas flores, que variam de um azul bem clarinho até tons mais profundos nas beiradas, num desenho semelhante à iris dos olhos humanos.

A cada ano, no início da Primavera, me sinto chamada a revisitar alguns lugares onde, em anos anteriores, encontrei de perto a Baby Blue Eyes. É uma honra partilhar de sua delicada presença.

Segurança e Proteção: uma das necessidades básicas do Ser Humano

Cada pequeno ser humano, mesmo antes de nascer, precisa estar cercado de segurança e proteção. Nas comunidades humanas, esse papel é geralmente cumprido pela figura masculina, frequentemente a figura paterna, que, quando presente e com comportamento saudável, naturalmente protege os seus, oferecendo uma “retaguarda” confiável aos pequenos.

A mesma presença protetora masculina, oferece a base que permite à criança a coragem para ousar, sabendo que ela conta com esse apoio. Assim apoiada, ela enfrenta, a cada passo, os desafios da vida e vai, gradualmente, construindo sua segurança interna e sua autonomia.

O conforto interno resultante dessa proteção, quando ela acontece de maneira efetiva, ajuda a estabelecer, interiormente, um dos pilares que compõem uma base emocional saudável.

E permite um caminhar no mundo com postura confiante, abertura para os outros e para a vida.

Abuso e trauma – a quebra da confiança e a criação de defesas

Quando uma pessoa que deveria nos proteger, invade o nosso espaço pessoal ao agir de forma abusiva, a base interna da confiança é danificada num nível muito profundo. Hoje temos consciência de que isso acontece como resultado dos mais variados tipos de abuso.

Fáceis de identificar são as várias formas de abuso físico: castigos físicos, surras, espancamento. Menos explícitas, as situações que causam forte abuso emocional também têm impacto semelhante. Mais ainda, as diversas formas de abuso sexual, velado ou explícito, subvertem as relações de confiança, gerando padrões que deixam marcas e rastros profundos.

Vale dizer que abusos “velados” de vários tipos, tais como comportamento sedutor não adequado, que desrespeita o espaço pessoal da criança ou adolescente, são também considerados abuso, mesmo que não se mostrem explicitamente como tal, pois causam danos semelhantes.

A falha nessa base da confiança e sentimento de proteção acontece quando a criança é abusada por uma pessoa da família e/ou quando ocorre abuso, dentro ou fora da família, e as presenças protetoras da criança são ausentes ou inexistentes.

Crianças que viveram situações de abuso e não puderam confiar que estavam sendo protegidas, desenvolvem formas de “sobreviver” a essas situações que marcam profundamente as suas atitudes perante a vida, afetando diretamente os seus relacionamentos.

No complexo sistema do corpo / mente / emoções, certos padrões de resposta reativa se tornam habituais. No corpo físico, hábitos se instauram que resultam em estados de ansiedade, inquietação, hipervigilância e dificuldade de relaxar. No nível emocional, dos sentimentos e do comportamento, a pessoa pode criar atitudes defensivas, às vezes com rasgos de cinismo, descrença e até mesmo agressividade, como forma de se proteger.

A capacidade de estabelecer e manter limites saudáveis, que honrem o próprio espaço e necessidades, fica alterada, pois tem, em sua base, princípios de informação “corrompidos”. Sabemos também, que a falta de limites saudáveis pode alterar a saúde do corpo físico.

O impacto emocional fica ancorado nos hábitos e estados físicos, afetando a capacidade da pessoa sentir segurança e calma interior para se abrir, com confiança, para a vida.

Na sintonia com a Baby Blue Eyes, qualidades claras se mostraram

Na observação atenta do Arquétipo dessa flor, seus pesquisadores Patricia Kaminski e Richard Katz, criadores dos Florais da Califórnia, perceberam esse espectro de qualidades:

• inocência
• pureza
• abertura
• confiança
• sentimento de que alguém zela por mim
• olhar a vida sem prevenção ou resistências, enxergando a luz

O repertório de aplicação da Baby Blue Eyes começou a se desenvolver a partir das primeiras observações dos pesquisadores, e foi sendo ampliado com a contribuição resultante dos casos relatados por terapeutas florais em todo o mundo. Os textos criados pelos pesquisadores (veja as indicações para o uso da Baby Blue Eyes na página sobre esse floral no site dos distribuidores – EssênciasFlorais.com.br) nos ajudam a enxergar as muitas possibilidades de sua aplicação.

Importante contribuição para a compreensão do arquétipo desse floral e sua relação com os Arquétipos da experiência humana está contida nesse texto de Rosana Souto, Terapeuta Floral e Educadora – Baby Blue Eyes – Curando o Arquétipo paterno na alma.

A compreensão do seu Arquétipo Vivo, nos permite perceber suas qualidades de cura para além das palavras e conceitos mentais.

Na Criança Interna, a restauração da inocência e da abertura para a vida

Nos casos em que houve abuso, mesmo que velado, são diversas as etapas que levam à transmutação dos padrões que irá resultar numa cura profunda e duradoura. É preciso delicadeza e cuidado, até que a pessoa possa se permitir o estado de vulnerabilidade. A confiança numa proteção essencial vai sendo nutrida, gota por gota, no cerne do ser.

Aqui, as flores oferecem a referência do que são padrões saudáveis, para o estabelecimento de uma renovada relação com a encarnação na vida física.

Trauma, abuso, e o uso da Baby Blue Eyes entre outros florais

A superação do abuso e do trauma não acontece como num passe de mágica, apenas com o uso de um floral. Ela é resultado de um processo, com várias etapas, no qual uma gama de diferentes essências florais pode vir a ser usada.

Dentro desse processo, o floral da Baby Blue Eyes cumpre um papel importante e específico: ajuda a trazer o sentimento de proteção do pai, quando essa proteção não existiu ou quando houve ausência da figura paterna. Em alguns casos, ele é o floral principal, o “carro chefe” desse processo.

Além disso, em qualquer etapa da vida, esse sentimento de confiança, mesmo quando bem estabelecido no período formativo, pode se esfacelar subitamente quando ocorre um acidente e/ou um trauma de grandes proporções. Nesses casos, o mesmo floral ajuda a restaurar o sentimento interno de confiança e sensação de retaguarda protetora paterna.

A colaboração sinérgica de diferentes abordagens terapêuticas, promove mudança duradoura e real liberação

É importante ressaltar que a Terapia Floral é mais eficaz, quando os padrões de trauma são também assistidos por modalidades que ajudam na reeducação dos hábitos do corpo. Uma das mais brilhantes abordagens a ser associada a esse processo é a liberação do trauma através da Somatic Experiencing, que ajuda a promover um restabelecimento do estado saudável de autoregulação. Leia mais sobre essa abordagem: www.traumatemcura.com.br

A transmutação dos padrões emocionais se estabelece de forma duradoura quando a pessoa é capaz de sustentar essa mudança nos seus estados corporais. Uma dimensão de mudança não acontece inteiramente sem a ajuda da outra. Por isso, as parcerias entre profissionais de diferentes áreas, oferecem a garantia de transformações muito mais completas, eficazes e duradouras.