(Parte I da série sobre as iniciações e experiências na Terra Flora, Califórnia, em Junho de 1991)
relatadas por Ruth Toledo Altschuler
Foi somente com Patricia Kaminski e Richard Katz que, depois de 2 anos de estudo intensivo baseado nos poucos livros existentes na época, e numa vivência profunda no uso dos florais, que comecei a aprender sobre Terapia Floral diretamente na Natureza, ao vivo junto às plantas.
Éramos um total de 10 (ou 12?) brasileiros/as indo participar do curso intensivo de Flower Essence Practitioner oferecido por eles em sua propriedade, a Terra Flora, localizada nos sopés da Sierra Nevada nas cercanias da cidade histórica de Nevada City.
A diferença: aprender com os pesquisadores e as plantas em seu habitat
A diferença foi que tudo ganhou VIDA, num “saber” direto, abrangente. Passei a ter contato com o Arquétipo das plantas que estudamos, e com a presença viva na Natureza de várias delas. Abaixo, a partir do que vivi, vou tentar transmitir como isso acontece, embora seja algo além das palavras.

Eu trouxe comigo a vivência do atendimento de muitos, e a absorção das qualidades das essências aprendida no uso prático
Até então, o meu aprendizado vinha através de tudo que eu conseguia acessar: os poucos livros publicados sobre os Florais de Bach, a primeira versão ainda concisa do Repertório de Essências Florais da FES, Califórnia, e as essências elas mesmas, que, nas situações vivas que se desdobravam, me abriam para a compreensão de seus ensinamentos com revelações que me comoviam.
Cada vez mais pessoas chegavam até mim buscando os florais, vindas por indicação de outras. Dos dois anos que precederam minha ida à Califórnia, levei comigo a vivência de escuta e apreciação da jornada de alma de, em média, 7 a 8 pessoas a cada dia. Mas algo estava faltando, e me chamava…
Aulas no jardim: as dimensões de expressão do Arquétipo da planta
Aprender sobre um floral de forma puramente intelectual, ou mental, é quase como receber um modelo virtual de plástico, ao invés do ser vivo em sua Plena Presença. Captamos suas características formais sem “alma”, sem aquele algo mais que torna aquilo vivo e transcendente.
Mas agora ali, na Terra Flora, guiada pela presença de dois mestres, Patricia Kaminski e Richard Katz, uma expansão fundamental na minha compreensão dos florais iria se desdobrar.
No jardim, Patricia nos mostra o quanto ela é, autenticamente, uma “country girl”. Nascida nas pradarias do centro do continente Norte Americano, uma vasta região agrícola, Patricia teve, desde sempre, uma conexão natural com a terra e o cultivo das plantas. Quando criança pequena ela lembra que via a presença do campo luminoso das flores, e, anos depois, soube resgatar essa percepção sutil que tinha sido bloqueada e cresceu na compreensão e prática de plantar guiada pelos princípios da agricultura biodinâmica.
(na narração do vídeo, o poema Sunflowers de Mary Oliver – leia o poema na íntegra em inglês)
Seu entusiasmo espontâneo nos fazia sentir as plantas como presenças vivas, cheias de força e expressão. Sua paixão e postura nos arrebatavam no êxtase de sentir seu campo vivo maior.
Em ressonância com a presença de Patricia comecei, de forma natural, a sentir o que ela sentia. Minha observação através dos sentidos físicos se amplificou, e a capacidade de perceber a presença da planta como campo invisível maior foi gradualmente despertando.
Ali, entre os jardins e a sala de aula, de forma natural, ela e Richard nos levaram a perceber como o Arquétipo se revela, tanto nos inúmeros detalhes de sua manifestação física, como em sua presença como “aura” organizadora, plena de informação em vários níveis.
E, nas palestras do início da noite, éramos agraciados por Richard, que nos abria para uma leitura avançada das assinaturas das plantas, com suas imagens infundidas de alma.
E foi assim que essa “metade” essencial do conhecimento de florais que eu já havia estudado e utilizado tanto, começou a se tornar viva e integrada em mim.
Desde então, a cada oportunidade que tenho de estar com as plantas, e de conviver com pesquisadores e professores que fazem pleno contato com elas, a minha compreensão se expande e se aprofunda. Posso dizer que esse processo de progressiva “iniciação”, de expansão da compreensão, é um que nunca se esgota, pois há tanto para se descobrir e aprender!
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Integração, Revelação e Transmissão do Arquétipo Vivo da planta
Em 1991, quando eu comecei a aprender nos jardins da Terra Flora, eu estava em contato com as vivências arquetípicas da alma. Eu já tinha percebido como cada floral vinha, com sua presença, tocar o Arquétipo da situação ou sentimento que pediam mudança transformadora.
Mas ainda não estava ativada em mim a leitura e a percepção do Arquétipo Vivo da planta.
Ao ensinar sobre um floral, as descrições de seu repertório, os relatos sobre a sua assinatura, as fotos da flor e de seu habitat, todas essas são formas que podem, mas nem sempre despertam, a nossa conexão com esse Arquétipo Vivo. A questão chave é que a pessoa que transmite precisa ser, ela mesma, uma “iniciada” nessa conexão viva com os Arquétipos da Natureza.
Para que essa transmissão “viva” possa acontecer, trazendo a “presença” do Arquétipo e “ativando” em nós a capacidade de percepção de sua integralidade, nosso/a iniciador/a precisa ter desperta essa percepção e capacidade de abranger informação nos níveis além do mental e intelectual.
Seu pensamento sistêmico precisa estar finamente integrado com sua percepção e captação intuitiva. Ele ou ela precisa ter ativada essa capacidade de sentir e pensar ao mesmo tempo, que nos sintoniza com a percepção, captação e integração de ordens maiores de informação.
Trata-se de uma abrangência de percepção que pode despertar gradual e naturalmente em nosso campo energético. E algumas pessoas já chegam para a encarnação nessa vida com ela aberta e intacta, nesses casos trazendo isso como resultado de sua maestria em outras vidas.
Com essa vivência integrada, quem ensina de forma clara e viva é aquele/a que se tornou capaz de abrir sua capacidade de transmissão clara. A clareza na transmissão é resultado da autêntica jornada pessoal que abre e integra os centros energéticos, e não somente do estudo intelectual.

A “transmissão” propriamente dita ocorre através dos chakras, quando os centros ativados do mestre entram em ressonância e habilitam os centros energéticos do/a aprendiz.
Para entender e assimilar melhor o que eu disse acima, leia também esses tres posts anteriores.
Professores credenciados pela FES, Califórnia, ensinam o seu Programa de Formação baseados nesse aprendizado e transmissão viva
Todas as pessoas credenciadas por Richard Katz e Patricia Kaminski para oferecer a Formação de Practitioner no Brasil, receberam deles essa transmissão viva e, através das muitas etapas do Programa, oferecem as oportunidades para que os/as alunos/as desenvolvam e se apropriem dessa percepção multidimensional de compreensão das plantas e dos florais.
Além da percepção dos Arquétipos das plantas, o seu Programa de Formação de Practitioner envolve a compreensão de dimensões arquetípicas na Jornada da Alma. É nesse encontro entre os Arquétipos Vivos das plantas com as instâncias arquetípicas da jornada da alma, que os grandes processos evolutivos alquímicos acontecem. E essa é a dimensão maior da Terapia Floral.
A Formação de Practitioner com Certificado pela FES se completa somente na conclusão dos Estudos de Caso e trabalhos escritos
Vale dizer que a Formação e Credenciamento, pela FES, do profissional como Practitioner da Terapia Floral, somente se completa após a conclusão, bem sucedida, de:
- um trabalho abrangente de estudo de uma planta (leia estudo por Anete Effting)
- um ensaio sobre o Arquétipo de um floral
- 3 Estudos de Caso completos, que envolvem o acompanhamento de clientes ao longo de um período, exposto e documentado através de uma análise detalhada do processo
Esse formato, resultado dos 30 anos de trabalho educativo e de pesquisa da Flower Essence Society, contribui para a corroboração da Terapia Floral e vai se somar aos inúmeros casos de pesquisa documentados e reunidos por eles ao longo de décadas. Desta forma, cada um de nós contribui para o fortalecimento da Terapia Floral em todo o mundo.
Rosana Souto diz
Belíssimo relato, querida Ruth! O mais incrível é esta sintonia que une a todos ligados a este trabalho.
Aguarde…Bjs, cheios de gratidão por estes relatos tão inspiradores.
Ruth Amorim Toledo Altschuler diz
Rosana,
Sim, sinto o mesmo, pois é essa sintonia que nos une, movida por um amor enorme pelo que fazemos. E que pode sim, ser a base para que possamos construir a Unidade à qual você se referiu em seu posto no início do ano:
http://cosmosdrops.wordpress.com/2013/01/05/2013-e-o-desafio-de-sermos-um2013-and-the-challenge-of-being-one/
Esse é o relato 1 de uma mini série, que em breve será seguido do relato do primeiro preparo da Spreading Phlox, que ocorreu justamente durante o curso desse grupo internacional. Ele irá reforçar o que você disse.
Podemos ser um exemplo na construção dessa rede de luz. A serviço do que nos une.
Um abraço carinhoso e fraterno,
Ruth